Você escuta os sinais do seu corpo e presta atenção na sua mente?

autoconhecimento
Bruna Cosenza
5 de outubro de 2022

O nosso corpo fala. Quando algo não vai bem dentro da gente, ele dá um jeito de nos avisar. 

Já passei por várias situações em que, ao tentar ignorar o nível de estresse e ansiedade que eu estava vivendo, o meu corpo precisou agir para sinalizar que era necessário prestar atenção em como eu estava lidando com as situações.

E essas experiências foram tão impactantes que me vejo na obrigação de compartilhar o que aprendi (e tenho aprendido) ao longo do caminho. Uma das minhas maiores prioridades na vida é cuidar da saúde mental, porque sei que, sem isso, todo o resto desanda. 

Então, vamos lá, estou feliz por poder contribuir de alguma forma por meio das minhas vivências!

O corpo fala? Como assim?

Sim, o corpo fala, gente!  Existe uma conexão entre o corpo e a mente e ela é fundamental para a manutenção da nossa saúde e bem-estar.

Trata-se do elo entre pensamentos, comportamentos e atitudes de uma pessoa e a sua saúde física. Estudos apontam que hormônios e neurotransmissores associados à emoção podem ter efeitos físicos, por exemplo, impactar a pressão arterial, a frequência cardíaca e até mesmo o apetite e o sono.

Quando algo não vai bem na nossa mente, em alguns casos isso pode se refletir no corpo por meio de vários sintomas diferentes. Vamos a alguns exemplos…

Se você está muito estressada, o corpo libera adrenalina e cortisol. Se esses hormônios forem liberados com muita frequência, podem ter efeitos negativos, como problemas digestivos e sistema imunológico enfraquecido.

A ansiedade e seus efeitos no corpo

Quem me acompanha há mais tempo sabe que sempre lidei com um problema de ansiedade. A minha primeira grande crise de ansiedade foi na época da faculdade, mas se tratou de um caso isolado.

O problema se agravou quando, em 2021, as crises se tornaram cada vez mais frequentes e começaram a afetar a minha vida de maneiras preocupantes. E, como sempre, o meu corpo falou por meio de questões gastrointestinais, principalmente, enjoos e diarreia.

Eu me sentia refém do meu próprio corpo. Não conseguia controlar os efeitos da ansiedade que simplesmente me dominavam.

Foi nesse período da minha vida que procurei uma psicóloga e uma psiquiatra para me cuidar de verdade. E foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado.

O potencial de mudanças estruturais para ativar o estresse

Mais de um ano de terapia e medicação psiquiátrica me prepararam para lidar de maneira mais saudável com a ansiedade que sempre me acompanhou.

Chegou 2022 e, junto do novo ano, uma das mudanças mais importantes dos meus 28 anos: depois de muito planejamento, a saída da casa dos meus pais.

Um pico de estresse alucinante me atingiu. A sensação nesse período era de que eu estava me afogando completamente nas minhas expectativas, necessidades e todos os perrengues.

Mais uma vez, o meu corpo falou. O estresse não deu trégua e o meu sistema imunológico enfraquecido permitiu que eu pegasse duas gripes em menos de um mês. E foi nesse momento que uma luz vermelha se acendeu dentro de mim: “você precisa parar”.

E eu parei. Refleti. E tomei decisões.

As turbulências virão, o importante é como você lida com elas

Por mais intensos que sejam, muita gente ignora os sinais do corpo. Eu aprendi do jeito mais difícil que essa é a pior coisa que podemos fazer. Por isso, hoje, ao menor sinal de que algo não vai bem, eu dou uma freada para analisar como tenho lidado com as situações.

Nesse último caso, fiquei pensando: o que eu posso fazer por mim?

Caramba, eu sou freelancer! Se tem uma coisa que posso fazer por mim é definir os meus períodos de descanso. E, mais do que nunca, estava precisando disso.

Além de muita terapia para cuidar de como abraço todos os novos desafios, também decidi me presentear com uma semana de mini férias para cuidar da saúde e me desconectar um pouco do trabalho e da rotina.

Porque eu aprendi que quando o corpo fala, eu preciso escutar. Fazer terapia, aprofundar o meu autoconhecimento e me cuidar ajudam, mas não criam um escudo capaz de me blindar dos momentos de desestabilização. São apenas formas de me preparar muito melhor para lidar com as turbulências.

Como a minha psicóloga disse e eu repito:

“Lidar bem com algo não significa, necessariamente, não se sentir desestabilizada.”

O mais importante é o que fazemos com essa desestabilização.