Carta para os que viveram um amor sufocante
Eu sei como é viver um amor que não te dá espaço para respirar. Já passei por isso. Parece bom no começo: intenso, verdadeiro, fresco. Mas depois que passa essa loucura inicial você começa a se perguntar se é saudável. Pelo menos foi o que eu me perguntei.
Quando estamos “cegos de amor” é difícil entender que se sentir sufocado o tempo todo não faz bem. Quando passei por isso eu também vivi às cegas por bastante tempo. Achava que era normal me sentir daquele jeito, como se a minha vida inteira dependesse daquele amor.
Não é bem assim. A sua vida não pode depender de ninguém além de você mesmo.
Todo amor saudável é aquele que nos permite respirar e não nos mantém em constante estado de alerta e tensão. Sabe aquela sensação de que você precisa ficar forçando para as coisas acontecerem? Isso não é um amor natural.
Quando é para ser, você não precisa implorar para o outro fazer acontecer também. Você não se sente sufocada pelo medo de perder o outro porque sabe que ele não vai a lugar nenhum de repente, sem avisar.
Já vivi amores assim: que não deixavam nem um bilhete anunciando a partida. Eu ficava lá, estatelada no chão, com o coração em frangalhos, me perguntando por que tinha dado errado. A resposta veio apenas quando tomei consciência do quão nocivo é um amor sufocante: não deu certo porque o outro não quis.
O amor é uma via de mão dupla. Não dá para obrigar o outro a querer fazer acontecer, precisa ser natural, sem obrigação. Se você, assim como eu, viveu ou está vivendo um amor sufocante em que sente que não tem espaço para respirar tranquila nem por um segundo, pare e pense: por que você está fazendo isso?
Amar alguém acima de tudo não pode ser a justificativa. Sou a favor de lutarmos pelo amor, mas não de colocarmos o outro acima do amor próprio. Em primeiro lugar, ame a si mesma. Em segundo lugar, não aceite migalhas. Aceite apenas pessoas que desejem (de verdade) estar na sua vida e que te amem porque não poderia ser de outra forma.
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