Estamos totalmente sobrecarregados com o excesso de informação e conteúdo que recebemos diariamente. Para se ter uma ideia da magnitude do problema, precisei fazer um detox de um mês no final de 2020 para tentar aliviar um pouco todo o estresse e ansiedade que produzir conteúdo estava me causando. Foi nesse momento que conheci e passei a adotar o slow content.

É triste, afinal, a produção de conteúdo deveria ser algo prazeroso e agradável, mas nos tempos em que estamos vivendo acaba se tornando algo negativo em alguns momentos. Principalmente para quem trabalha criando conteúdo, alguns dos efeitos colaterais são:

• comparação excessiva com o coleguinha;
• problemas de autoestima;
• dificuldade para se concentrar nos seus objetivos;
• criação de conteúdo só “por criar para acompanhar o ritmo da galera”.

Complicado, né? Vejo muita gente passando pela mesma situação e, por isso, decidi incluir o tema slow content no mês de Amor pela Escrita, uma campanha muito especial que criei repleta de conteúdos para quem é apaixonado pelas palavras. E nesta semana vamos falar sobre conteúdo lento e consciente 🙂

O que é slow content?

A vida não é uma corrida, não é uma competição. O tempo não precisa ser o nosso inimigo.

Creio que esta seja uma boa forma de começar a explicar o conceito em questão. Slow content ~ ou tartarugar ~ é um movimento que tem como objetivo incentivar as pessoas a desacelerarem e respeitarem seus processos criativos na produção de conteúdo. Vai contra o excesso de informações sem valor e profundidade, ou seja, preza por qualidade acima de quantidade.

A essência do movimento está pautada na aceitação do processo de cada um e garantia da liberdade para a criação de algo que realmente esteja alinhado à identidade da marca ou pessoa que está comunicando.

Estou falando muito sobre contar histórias com propósito e significado e, é claro, com valor para o seu público.

Isso não quer dizer que produzir conteúdo em alto volume seja errado ou ruim, mas talvez não seja o melhor caminho para todo mundo. Existe essa pressão que faz com que as pessoas acreditem que uma boa estratégia é aquela que foca exclusivamente em volume. E isso está longe de ser verdade.

Slow content significa produzir conteúdo sem estratégia?

Definitivamente não. Este é um mito que envolve o movimento do slow content e, infelizmente, no qual muitos ainda acreditam.

Você pode desacelerar, produzir em menor quantidade e, mesmo assim, seguir uma estratégia. Por mais que os algoritmos das redes sociais afirmem que precisamos publicar todos os dias para sermos vistos, isso não é uma regra para atingir os seus objetivos.

É possível seguir uma frequência mais lenta, mas, ao mesmo tempo, profunda e repleta de valor. Às vezes, vale mais a pena criar dois conteúdos por semana que sejam mais profundos e que realmente se conectem à sua essência do que cinco que são mais superficiais, sem grande valor.

Como você se beneficia ao aplicar o slow content?

O slow content tem diversos benefícios. Para mim, o melhor deles é a redução da ansiedade, pois o looping da produção de conteúdo excessiva pode ser muito nocivo para a nossa mente.

Como comentei no início deste artigo, no final de 2020 precisei me ausentar por um mês das redes sociais porque estava completamente exausta. Quando voltei, já tinha outra postura e passei a lidar com as redes sociais de uma nova forma, o que me ajudou muito.

O primeiro passo foi reduzir o volume de publicações e fugir de tudo aquilo que, por algum motivo, estivesse me afastando da minha essência. Por um período, principalmente no Instagram, tentei seguir fórmulas prontas de pessoas que pareciam ter mais sucesso do que eu e isso me deixou muito infeliz. Prometi a mim mesma que não continuaria nesse caminho.

Além de reduzir o volume e focar mais na profundidade dos conteúdos alinhados à minha essência, também passei a silenciar pessoas nocivas, que desencadeavam gatilhos mentais ruins de comparação e inferioridade.

Ao aplicar todas essas mudanças, comecei a me sentir menos ansiosa e mais confortável com a minha produção de conteúdo. Além disso, passei a organizar os meus planejamentos mensais com maior antecedência para evitar publicar qualquer coisa de última hora… E isso me ajudou a criar conteúdos ainda mais profundos e coerentes.

Como começar a aplicar o slow content?

Como já comentei, o slow content não é para todo mundo. Tem gente que está vivendo muito bem sem precisar aderir a este movimento, mas se você tem interesse em desacelerar e, ao mesmo tempo, produzir conteúdo com mais qualidade, confira algumas dicas a seguir!

Respeite o seu processo criativo

O slow content vai contra regras e métodos prontos para a criação de conteúdos, por isso, a primeira dica é respeitar o seu processo e o seu tempo. Não tem problema se você demora mais do que todo mundo para escrever um artigo ou um post.

O importante é se sentir livre e confortável com o seu passo a passo e garantir que tudo o que você faz está alinhado à sua essência.

Crie conteúdo profundo e de valor

Mesmo não existindo regras, há algumas orientações que podem te ajudar, como esta! O slow content é um movimento que prega por conteúdos mais profundos e de verdadeiro valor para o público.

Isso significa que você pode fazer novas pesquisas e buscar referências diferentes para a sua criação. Quanto mais você se cercar de boas histórias, ideias e experiências, mais vai brilhar no seu conteúdo.

Estruture um planejamento de conteúdo com antecedência

De novo: não é regra, mas pode ajudar. Um dos pontos que gera muita ansiedade nos criadores de conteúdo é não ter ideias sobre o que escrever. Quando você se planeja com antecedência, pensa, repensa e se organiza, esse problema pode ser reduzido.

Não há nada pior do que começar uma semana sem ter a menor ideia do que vai publicar no LinkedIn, Instagram, no seu blog e por aí vai. Então, talvez, se você se organizar com mais antecedência consiga construir conteúdos mais profundos e sem tanta ansiedade.

Encontre o seu ritmo

O mais importante é não se deixar levar por regras e fórmulas que prometem o sucesso. Analise tudo o que existe por aí com desconfiança e faça um filtro: não saia abraçando tudo o que dizem que é ideal para você, afinal, ninguém te conhece como você mesma.

E slow content é isso! É respeitar o seu ritmo, o seu processo e entender que você é um ser humano criando conteúdo e não uma máquina. Combinado?

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