“Sentimentos em comum”: como nasceu o meu novo livro independente

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Bruna Cosenza
15 de março de 2021

Não estava nos planos lançar online um livro que me deu tanto trabalho. Se eu tivesse que definir “Sentimentos em comum”, a minha nova obra independente, em apenas uma palavra, seria: orgulho.

Tenho certeza de que na minha carreira de escritora ainda vou escrever e lançar livros melhores, com mais maturidade e um olhar mais profundo. É uma evolução constante. Mas, por ora, só posso me orgulhar dessa obra. Isso porque foi um processo repleto de altos e baixos, dúvidas e batalhas. Só agora sei o quanto os autores independentes merecem os nossos aplausos.

Como uma forma de inspirar e até mesmo orientar quem deseja viver essa árdua jornada literária, escrevi este artigo, que nada mais é do que uma enxurrada de emoções e desabafos. Nada mais justo, afinal, é um livro que está sendo preparado desde 2018, ou seja, está há praticamente 3 anos no forno.

Espero que gostem, aprendam, se emocionem e se inspirem! 🙂

Como tudo começou: o propósito de “Sentimentos em comum”

Como gosto de orientar os meus alunos no meu curso online, Carreira de Escritor, uma das primeiras coisas que deve existir no planejamento de um livro é o propósito da obra.

Por que esse livro deveria existir? Se não existisse, por que faria falta?

Para mim, esse propósito orienta todo o processo de escrita do livro. No caso de “Sentimentos em comum”, esse propósito é baseado em propor uma reflexão profunda sobre as três esferas que eu acredito que regem a nossa vida: autoconhecimento, amor e trabalho.

Acredito que, ao longo da vida, essas três esferas estão em constante transformação e, dificilmente, todas se mantêm em harmonia. Por meio de textos livres, alguns em formatos de crônicas, outros de cartas e outros que, sinceramente, nem sei em qual gênero se enquadram (são reflexões soltas mesmo), compilei 36 textos em um único livro.

Por volta de 1/3 desses textos estão disponíveis em meu blog e o restante é inédito. Quis, por meio do livro, eternizar alguns textos que são muito especiais para mim.

O tom é o mesmo que vocês já estão acostumados: sensível, honesto e humilde. Contei sobre histórias que vivi, expus meus pontos de vista sobre temas que são estereotipados, abri o meu coração… Tudo com o objetivo de ser um pontinho de luz na vida de vocês, meus leitores.

Gosto de definir “Sentimentos em comum” como um livro companheiro, aquele que fica na mesinha de cabeceira e você vai lendo em doses homeopáticas, refletindo e absorvendo aos poucos.

O que aconteceu no meio do caminho: nada saiu como planejado

A ideia inicial não era publicar “Sentimentos em comum” de forma independente. Comecei essa jornada em busca de uma editora mais humana, em 2018, até encontrar uma chamada Meraki, que se posicionava como acolhedora para autores iniciantes. Pensei ser um processo diferente, que fugia da indiferença que encontrei em editoras prestadoras de serviços maiores.

O meu erro, para variar, foi confiar demais. Mas, como tudo na vida, teve o seu lado positivo. Os serviços da editora em questão eram horríveis, de péssima qualidade, sem contar as diversas enrolações e mentiras no meio do caminho. Assim, me vi obrigada a realizar a rescisão do contrato. Apesar de envolver um distrato e advogados, não vi tive o retorno de parte do investimento até hoje… Foi praticamente um roubo.

Financeiramente falando o resultado se resume a prejuízos, mas aprendi tanto que acho que ninguém mais vai me enganar como essa editora. E, por isso, sou eternamente grata.

É aquela história que a gente só aprende errando, sabe?

O ponto é que fiquei tão, mas tão desiludida, que acabei deixando o livro de lado por um tempo. Além de toda a frustração com a editora, também estava passando por vários questionamentos internos sobre ser ou não ser uma boa escritora.

Com o projeto na gaveta, resolvi respirar um pouco até colocar a cabeça no lugar. Nesse meio tempo, dei uma cópia digital do livro para alguns “leitores beta” na esperança de colher feedbacks construtivos. Das quatro pessoas a quem enviei, somente uma me retornou, demonstrando verdadeira dedicação pela tarefa de ler o livro e trazer insights valiosos. O restante simplesmente ignorou a obra e eu, boba na época, não quis “incomodar” e perguntar se poderiam me dar um retorno.

Mais uma vez, decepção por esperar demais de quem não podia me dar o que eu precisava naquele momento. Por que temos essa mania de colocar tantas expectativas nos outros?

Enfim, a decisão: seria um livro independente

Frustrada com toda a situação que tinha se criado ao redor do livro que, a princípio, era para ser um motivo de felicidade, tomei a decisão de tornar a obra uma publicação independente.

Não enxergava outra maneira de ter total controle sobre o processo e garantir a qualidade desejada. Por mais difícil que seja bancar um livro independente, às vezes é o melhor caminho para chegar aonde você deseja como escritora.

Nunca tinha vivenciado esse processo e não fazia ideia de tudo o que enfrentaria pela frente, mas fui com a cara e coragem. Nessa parte da história já estamos no final de 2019/começo de 2020.

Como os serviços da editora anterior eram muito ruins, eu já tinha feito a capa por fora com o mesmo ilustrador de “Lola & Benjamin”. Faltava diagramar a capa, revisar o livro, fazer ficha catalográfica, ISBN, cotar gráficas… E por aí vai.

Como a publicação do meu primeiro livro também não tinha sido mil maravilhas, eu até que tinha uma vaga noção sobre tudo o que precisava ser feito para o “Sentimentos em comum”. No entanto, não sabia como chegar lá, principalmente toda a parte burocrática de registro da obra.

Para fazer acontecer, pude contar com excelentes profissionais, que abraçaram o livro como se fosse deles. Seria a primeira vez que eu faria a versão física e digital de um livro completamente sozinha e não me arrependo nem um pouco da decisão.

O resultado: erros, acertos e um livro pronto

Uma das partes mais difíceis de todo esse processo de publicação independente é enviar o livro para a gráfica. Dá um frio na barriga gigante imaginar que pode sair totalmente diferente do que você imaginava.

No fim, “Sentimentos em comum” saiu praticamente como eu queria. É claro que enxergo um errinho aqui e outro ali, coisas que faria diferente, mas, no geral, foi um resultado excelente para uma primeira publicação independente.

A verdade é que nós, escritores, sempre teremos um olhar muito crítico em relação às nossas obras. Sempre vamos ver algo que poderia ter sido melhor, afinal, estamos em constante evolução.

O mais importante é ter a certeza de que quando escrevemos e publicamos o livro, fizemos o nosso melhor naquele momento.

Enfim, os exemplares físicos chegaram em casa em setembro de 2020, um momento em que era impossível pensar em lançamento presencial. Mais uma vez, me senti frustrada. Queria dar um lar para todos aqueles livros e me senti impotente diante da pandemia.

Prometi a mim mesma que esperaria mais alguns meses para analisar a situação e tomar uma decisão. Hoje, quando escrevo este artigo, estamos em março de 2021 e ainda não há perspectivas de realizar um lançamento presencial, pelo menos não da forma que eu gostaria.

O lançamento de “Lola & Benjamin” foi, de longe, o dia mais especial da minha vida. Não consigo nem colocar em palavras a sensação que é celebrar o lançamento do seu livro ao lado de pessoas queridas. Por isso, optar por um lançamento online foi uma escolha extremamente complexa e dolorosa para mim. Porém, não havia outro caminho.

“Sentimentos em comum” precisa criar asas e voar. Não é bom para nenhum livro ficar encaixotado.

Então, hoje, depois de tantos altos e baixos, estou colocando o meu segundo livro, uma publicação totalmente independente, para voar e conquistar o mundo…

E agora?

Quando olho para trás e vejo tudo o que aconteceu com esse livro desde 2018, confesso que me dá vontade de chorar (de orgulho, é claro). É uma conquista enorme para mim ver ele pronto depois de tantas dúvidas e erros. Sim, eu errei em muitos momentos e não tenho vergonha de assumir.

Mas foram esses erros que fizeram o “Sentimentos em comum” nascer do jeitinho que ele é hoje.

Agora, é a hora de olhar para o futuro e aproveitar mais esse sonho que está se realizando. A cada novo livro publicado parece que a Bruna renasce e passa a ter mais luz e energia para continuar escrevendo.

A única coisa que eu posso pedir agora é que vocês desfrutem do resultado final. Quando a gente pega um livro na mão (ou no Kindle) não paramos para pensar em toda a dedicação que existe por trás. Peço que, ao ler “Sentimentos em comum”, você se lembre de que há muito trabalho, esforço e paixão por trás dessas poucas páginas.

Trazer esse livro à vida foi uma grande batalha que eu venci. E da qual me orgulho demais. Logo, novos livros virão e, junto deles, novos sonhos. Sei que ainda tenho muito o que aprimorar na minha carreira literária, mas só o fato de estar fazendo acontecer já é o suficiente por enquanto.

Nada, absolutamente nada, saiu como o planejado. Mas tudo, absolutamente tudo, me trouxe até aqui com mais esse livro em meu nome. A única coisa que posso esperar é que ele seja uma pitada de luz, inspiração e reflexão na vida de vocês.

Agradecimentos

Como você deve ter notado, essa história conta com a participação de algumas pessoas importantes que, ao meu lado, fizeram “Sentimentos em comum” nascer. Em respeito ao trabalho e dedicação dessas pessoas, quero agradecê-las por aqui:

Victor Torelli: por permitir que os meus livros façam parte da nossa vida e mergulhar nas minhas obras como se fossem suas. Cada palavra de incentivo e apoio conta mais do que você pode imaginar.

Thomas Bec: por ser o melhor leitor beta que eu já conheci, com tanta dedicação e carinho pelos meus livros. E obrigada por, dessa vez, participar também com ilustrações maravilhosas que ajudaram a compor todo o projeto da obra.

Bianca Ferreira: por me ajudar de coração aberto no resultado final das capas dos meus livros, sempre buscando um resultado que me agrada e vai além das expectativas.

Rodrigo Alves: por ser um ilustrador capaz de criar capas maravilhosas para os meus livros, que encantam os leitores logo no primeiro olhar.

Allan Moraes e Amanda Carvalho: por todo o cuidado e dedicação na preparação e revisão, procurando sempre trazer melhorias significativas para os meus livros.

Isabella Maria: por embarcar nessa jornada e conseguir criar um projeto gráfico original e totalmente alinhado à essência do livro, tanto na versão física como digital.

Garanta o seu exemplar de “Sentimentos em comum”

Agora que você sabe tudo o que aconteceu nos bastidores de “Sentimentos em comum”, te convido para fazer parte dessa história! Está disponível o livro físico e a versão digital ebook, basta escolher aquele que você preferir.

Para conferir mais detalhes sobre o livro, clique aqui. Ficarei muito feliz em fazer parte da sua vida e proporcionar profundas reflexões por meio das minhas palavras!