O bloqueio criativo é o grande inimigo de produtores de conteúdo e escritores. A boa notícia é que você não está sozinho. Todos nós passamos por fases em que estamos altamente criativos e fases que parece que não conseguimos escrever nada. Eu tenho uma teoria (e já vi vários artistas falando sobre a mesma coisa) de que as nossas melhores obras são fruto do sofrimento.

Posso dizer por mim mesma que meus melhores textos nasceram em meus piores momentos: quando meu coração estava partido, quando perdi a amizade de alguém e até quando estava muito infeliz profissionalmente. Acredito que a dor seja muito poderosa nesse sentido, nos tornando mais criativos. Na verdade, usamos a dor como combustível e as palavras são uma espécie de antídoto, ou seja, elas são uma forma de curar o sofrimento.

Bom, mas sofrer não é algo bom o tempo todo, né? E é preciso continuar produzindo mesmo nos dias em que estamos felizes e satisfeitos. Para enfrentar o bloqueio criativo é necessário encontrar algumas estratégias para produzir textos mesmo quando parece que não sai nada bom de dentro de você. 

Neste artigo, vamos falar sobre as causas mais comuns do bloqueio criativo e dicas que eu coloco em prática há um bom tempo e que podem ser úteis para quem ainda não sabe como lidar este problema. Espero que ajude e torne o seu dia a dia de escrita mais leve também!

O que causa bloqueios criativos?

Antes de falarmos sobre a solução precisamos focar na causa raiz do problema. Você já parou para pensar nas possíveis causas dos seus bloqueios criativos? É importante falarmos sobre isso, afinal, eu posso te dar todas as soluções aqui, mas se você não parar para cuidar da causa raiz de nada vai adiantar.

Em seguida, confira 4 das principais causas de um bloqueio criativo!

1. Perfeccionismo e autocríticas

Muita gente simplesmente não consegue enxergar valor no que escreve. Acham que tudo o que fazem não é bom o suficiente e são tão autocríticos que acabam criando bloqueios criativos mesmo sem perceber. Nestes casos, a pessoa pode até já estar com um ótimo texto escrito, mas por achar que não está perfeito continua inventando desculpas para não finalizá-lo e publicá-lo. Autocríticas em excesso são um prato cheio para o bloqueio e impactam diretamente a autoestima. 

2. Ansiedade e medo do julgamento alheio

Outra causa muito comum é a ansiedade e o medo do julgamento alheio. Muitas e muitas pessoas já me disseram que não compartilham seus textos com o mundo porque têm medo do que os outros vão pensar. Realmente, se expor não é fácil, afinal, de certa forma você está permitindo que os olhos tirem conclusões sobre quem você é. Mesmo assim, isso não pode ser um impeditivo.

Tem gente que fica tão focado nesse julgamento alheio que acaba travando e não sabendo mais sobre o que escrever porque o medo do que os outros pensarão ou falarão é muito maior do que tudo.

3. Excesso de informações

Às vezes você também sente que todo mundo já está falando de tudo e você não tem mais ideias sobre o que pode ser interessante abordar? Isso é consequência do excesso de informações ao qual somos submetidos diariamente. Um estudo apontou que as pessoas passam quase 12 horas por dia consumindo informação e leem ou ouvem mais de 100 mil palavras por dia. É muita coisa, né?

Essa avalanche pode ser prejudicial para a sua produção textual, por isso é importante fazer duas coisas: pausas no consumo de informações e acreditar em você mesmo — mesmo com tanta gente falando sobre tudo por aí, a sua voz é única e ninguém é igual a você.

4. Falta de direcionamento

Por fim, a falta de direcionamento também pode ser um problema. Muita gente gosta de escrever, mas não sabe sobre o que escrever e para quem escrever. Para ter essas respostas é preciso entender os seus objetivos com a escrita, além dos seus gostos (assuntos sobre os quais você realmente gosta de escrever) e com quem você deseja conversar por meio das suas palavras.

Quando temos as respostas para tudo isso e conhecemos de verdade o nosso público fica mais fácil ter ideias de conteúdos também. O bloqueio muitas vezes nasce porque queremos falar sobre tudo e na verdade não estamos falando nada. Não basta gostar e saber escrever, é preciso também saber o que e para quem escrever.

7 dicas para superar o bloqueio criativo e começar a escrever

Agora que já falamos sobre as principais causas do bloqueio criativo, chegou a hora mais esperada: vou te dar 7 dicas que têm potencial para destravar a sua mente e eliminar o bloqueio criativo dos seus dias. Vamos lá?

1. Estude o seu público

Aproveitando o gancho, quero começar te convencendo sobre a importância de conhecer o seu público, ou seja, para quem você escreve. Todo mundo escreve para alguém, certo? Eu, por exemplo, escrevo para escritores iniciantes, produtores de conteúdo e pessoas que gostam de ler sobre autoconhecimento, carreira e relacionamentos.  

Ao longo dos anos fui entendendo quais eram as necessidades, dores e maiores dúvidas desses meus públicos. Por meio de pesquisas, trocas de mensagens ou interações nas redes sociais fui detectando o perfil dessas pessoas e o que elas gostariam de ler. Assim, criei textos abordando assuntos que eram interessantes para mim e para elas ao mesmo tempo. Quando escrevo um artigo sobre a influência da indústria do entretenimentos nos nossos relacionamentos já sei que tem muita gente interessada nessa abordagem dentro da minha rede. O mesmo com temas mais técnicos sobre produção de conteúdo e escrita.

Há muitas ideias disponíveis com o seu público, você só precisa encontrar uma maneira de descobrir o que eles precisam e gostam para, então, escrever textos atrativos e interessantes.

2. Elimine distrações digitais

Quantas vezes você abre o Instagram, o LinkedIn e o WhatsApp enquanto está produzindo seus textos? Já abri umas duas vezes desde que comecei a escrever este artigo e isso me tira bastante o foco. Muitas vezes a gente fica tão vidrado nas redes sociais que não permitimos que nossa mente produza. 

O bloqueio criativo também pode ser decorrente de excesso de informações. Às vezes, para ter boas ideias é preciso simplesmente descansar a cabeça e deixar que os pensamentos fluam. Procure manter o celular longe ou desligado enquanto estiver no seu momento “criação” e utilize a internet apenas para buscar referências e inspirações.

3. Fique em contato com a natureza

Quem vive em uma selva de pedra como São Paulo sabe como às vezes faz falta o contato com a natureza. Eu tenho a sorte de morar em uma casa com jardim, mas quem não tem este privilégio, recomendo que ir a parques e ficar um pouco ao ar livre se torne um hábito. Isso porque muita inspiração surge quando estamos em contato com a natureza e saímos um pouco da nossa zona de conforto.

Eu costumo me sentir muito inspirada quando ouço os pássaros, admiro o céu e faço alguma atividade ao ar livre. Fica a dica para quem se sente muito preso dentro de casa e precisa respirar ar puro de vez em quando.

4. Faça pausas revigorantes

Não gosto de rotinas. Essa é um dos motivos que me fez querer sair do CLT e me tornar freelancer. Adoro criar a minha agenda semanal conforme o que eu quiser e não de acordo com as exigências de uma empresa. Tem dias que trabalho mais para compensar e outros em que nem abro meu computador.

As rotinas muito regradas podem ser desgastantes e eliminar o seu poder criativo. Quando eu era CLT tinha uma “boa prática” de tentar fazer pelo menos uma coisa fora da rotina por semana. Era uma maneira de espairecer. Recomendo que todos façam isso também!

Agora, como freelancer, procuro também fazer algumas pausas ao longo do dia. De vez em quando preparo um chá ou chocolate quente no meio da tarde e me permito relaxar por alguns minutos antes de voltar a trabalhar. Essas pausas são importantes para estimular a nossa criatividade e trazer inspirações.

5. Converse, assista filmes e leia livros

Pode parecer bobo, mas sabia que conversar com as pessoas me gera muitas ideias de conteúdos? Às vezes, tudo o que eu preciso é trocar ideias com meus amigos ou familiares e BUM, vem uma inspiração. O mesmo quando assisto filmes e séries ou leio um livro. Eu escrevo muita coisa baseando-me em tudo o que leio e assisto: aprendizados, lições de vida, dicas. A verdade é que o nosso cotidiano está cheio de inspirações. Precisamos prestar atenção nos detalhes para não deixar nada passar.

6. Ouça músicas inspiradoras

Não sei se isso funciona para todo mundo, mas eu me sinto muito inspirada quando ouço algumas músicas que me lembram momentos específicos da minha vida. Outro dia mesmo estava escutando uma música da minha adolescência que me lembrou do meu primeiro amor e de repente tinha um ideia de texto na cabeça. Às vezes, tudo o que você precisa é de estímulos sonoros ou visuais para ter boas ideias. Tente!

7. Faça caminhadas

Não faz muito tempo que adquiri o hábito de caminhar pelo menos duas vezes por semana. Essa prática me ajuda muito a espairecer a mente, refletir ou às vezes simplesmente me acalmar. Muitos escritores relatam que as caminhadas são essenciais para ter boas ideias ou relaxar após um longo dia de trabalho. A minha dica é tentar incluir esse hábito na sua rotina para, quem sabe, conseguir desbloquear também e cultivar novas inspirações.

Aceite e aprenda a lidar com os bloqueios criativos

O primeiro passo é parar de fugir dos bloqueios, afinal, eles são naturais e vão continuar acontecendo em diferentes fases da sua vida. O segundo passo é aprender a lidar com eles quando surgirem. Este artigo foi o primeiro passo, mas vale a pena conferir como é a rotina de escrita de outros escritores e produtores de conteúdo, assim você se inspirar e adapta os ensinamentos para a sua realidade (não se esqueça de que aquilo que funciona para uma pessoa nem sempre funciona para você)!

Confira esta matéria em que alguns dos maiores escritores da história compartilham um pouco sobre suas rotinas de trabalho!