O dia em que a qualidade superou a quantidade

cronicas
Bruna Cosenza
16 de novembro de 2017

Aquele dia foi estranho. Eu não sabia muito bem explicar o que estava sentindo: por um lado, estava agradecida pelos meus amigos estarem ali comigo, mas ao mesmo tempo achei esquisito o fato de conseguir contá-los em duas mãos.

Por vários anos, as comemorações eram cheias de pessoas – muitas delas, nem tão próximas assim. No entanto, algo tem acontecido com o passar do tempo e, cada vez mais, sinto que preciso menos de “figurantes” no meu dia a dia. Por algum motivo que tenho desvendado aos poucos, percebo que a qualidade é dez vezes mais importante do que a quantidade e que ter poucos amigos não é necessariamente algo ruim.

E isso se aplica a outras esferas da vida: adianta ler 50 livros em um ano se você não absorve de verdade essas leituras? Em muitos casos, vale mais a pena ler apenas 10 e realmente aprender algo com aquilo que se está lendo.

Não tem problema nenhum ter uma vida cheia de “quantidade”, mas é sempre muito importante estar atento à qualidade. E mais: é muito importante não ter medo de viver uma vida com menos amigos, menos leituras, menos filmes, menos viagens, menos festas, mas com tudo feito e vivido com uma qualidade imensa.

Afinal, o meu grande aprendizado dos últimos tempos tem sido um dos mais valiosos até hoje: quantidade não é sinônimo de felicidade e qualidade é essencial para ter uma vida significativa e prazerosa, mas só descobrimos isso conforme os anos passam e a maturidade chega.