Uma reflexão sobre o tempo em “A Incrível História de Adaline”

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Bruna Cosenza
23 de junho de 2015

“A Incrível História de Adaline” é um filme que nos faz refletir bastante sobre como o tempo pode ditar o rumo de nossas vidas e como ele é responsável pela forma como lidamos com diversas situações. Compartilho com vocês uma resenha crítica com alguns questionamentos!

A obra retrata a vida de Adaline Bowman – interpretada por Blake Lively –, nascida na virada do século XX e que, aos 29 anos sofre um acidente de carro que muda a sua vida para sempre. Depois deste acontecimento, ela simplesmente deixa de envelhecer, permanecendo com 29 anos para sempre.

Isso provoca uma série de mudanças em sua vida, pois ela não se permite mais criar fortes laços com as pessoas para não ter seu segredo revelado. Ao longo do filme, cenas apontam que ela tentou se permitir viver romances ao longo dos anos, mas sempre acabava fugindo por não saber como lidar com a situação.

Tudo muda quando Adaline conhece Ellis Jones e se apaixona. No entanto, o destino é traiçoeiro quando Adaline vai até a casa dos pais de Ellis e descobre que o pai dele havia sido uma de suas paixões anos atrás.

Como Adaline lida com seu novo amor, deixo no ar para não estragar o final do filme. Mas vamos para as reflexões. O filme trata de um tema muito comum: o tempo. A maioria das pessoas, ao assistir, vai refletir sobre como reclamamos da velhice sem pensar no seu lado bom. Adaline, apesar de eternamente jovem, não conseguia criar laços com as pessoas, sempre mudando de endereço e identidade.

No entanto, o que mais despertou a minha atenção foi toda a experiência acumulada de Adaline. Com aparência de 29, ela tinha a experiência de uma mulher de mais de 100 anos. O quão incrível é isso? Em algumas cenas do filme essa experiência fica bem evidente.

Quando somos jovens, achamos que sabemos tudo mas, na verdade, não sabemos nada. Lá no final da vida, quando temos experiência e sabedoria, nos falta a energia e vitalidade dos 20 e poucos anos. Um tanto irônico, não é mesmo?

Mais do que isso, parei para pensar em pessoas jovens com almas velhas e vice-versa. Já cruzei com pessoas que lá pelos seus 20 poucos anos, eram detentoras de uma sabedoria de alguém muito mais velho. Até que ponto isso é bom? Ser jovem não deveria estar diretamente associado à leveza? As preocupações e pesos deveriam vir só mais tarde… Mas existem sim pessoas de 20 anos que são tão pesadas como as de 50. Interessante por um lado, pois pessoas-pensantes estão em falta hoje em dia mas, ao mesmo tempo, um pouco difícil de se lidar com este peso em uma fase em que tudo deveria ser pura leveza.

E você, quantos anos tem a sua alma?