“Whiplash”: a busca por um sonho

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Bruna Cosenza
8 de dezembro de 2015

“Whiplash” é um filme que nos faz refletir sobre a importância de encontrar um equilíbrio naquilo que amamos fazer. É sobre sonhos e muita perseverança, nos fazendo questionar decisões que tomamos para chegar no tão almejado sucesso. Compartilho com vocês uma resenha crítica com as minhas percepções.

Na primeira cena, vemos Andrew  em um de seus treinos solitários, quando aparece Terence Fletcher, o professor mais conceituado e rígido do conservatório. Desde esse primeiro momento já é possível notar a ânsia de Andrew em querer impressionar Fletcher, desejo que se desenrola durante o filme todo.

Andrew é um garoto solitário que nutre verdadeira paixão pela bateria e sonha em ser um dos grandes, um dos melhores músicos de sua geração. Fletcher, por sua vez, é um professor rígido, mas é possível notar que, apesar de seus métodos extremamente agressivos, ele está em uma missão: busca por um aluno incomum, de destaque e motivado o suficiente para ser o melhor.

A relação entre os dois se intensifica quanto mais Fletcher exige de Andrew, que passa a dedicar todo o seu tempo aos treinos. Seu esforço é tanto que abre mão de qualquer outra coisa que não seja a bateria. Termina seu namoro, afirmando que não tem tempo para esse tipo de coisa e também diz que não vê muita necessidade em ter amigos. Tudo no mundo de Andrew gira em torno da bateria. Tudo gira em torno de ser o melhor.

Sua persistência e dedicação são admiráveis, principalmente em algumas cenas em que ele supera todas as barreiras físicas e psicológicas para provar que está lá para ultrapassar as expectativas. No entanto, o filme nos faz refletir sobre até que ponto a busca pela perfeição é saudável. A obsessão de Andrew chegou a colocá-lo em uma posição em que nada mais importava no mundo. Abriu mão de relacionamentos, amigos e qualquer outra coisa que não fosse a música.

Andrew nos prova que quando queremos alguma coisa, precisamos nos dedicar de corpo e alma. Em relação a isso não há o que discutir. Mas o filme nos provoca certos questionamentos. Será que a satisfação é a mesma ao se chegar ao ponto mais alto sem ninguém ao lado para compartilhar a vitória? Será que ter o apoio de pessoas que acreditam no seu sucesso não pode ser uma motivação? Será que o equilíbrio não é a melhor receita para se atingir a perfeição?

Whiplash é um filme encantador, reflexivo e que abrange questões essenciais da vida humana. Whiplash nos relembra de como uma boa dose de persistência em ambição fazem a diferença para quem quer alcançar seus sonhos. No entanto, ainda sou da parcela de pessoas que acreditam que toda e qualquer conquista é muito melhor quando vem acompanhada de pessoas que nos amam ao nosso redor. Até porque quando chega o momento de comemorar a vitória, nada melhor do que ter alguém que sempre esteve lá acreditando, alguém com quem celebrar e, principalmente, alguém para quem agradecer.