Carta para os que revisitaram um antigo amor

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Bruna Cosenza
11 de maio de 2017

Rodrigo,

A lua está cheia, assim como o meu coração. Passou o tempo em que eu olhava para o céu estrelado numa quarta feira qualquer e me iludia pensando sobre nós. Hoje sei que você foi daquelas pessoas que marcou presença, mas não fez questão de ficar. Foi daquelas que espalhou bons sentimentos, mas não conseguiu construir pontes duradouras. Foi daquelas que tinha tudo para dar certo, mas fez muito para que desse errado.

E que bom que você foi assim, porque era exatamente desse jeito que deveria ser. A verdade é que o seu papel na minha vida não era ficar para sempre, me acolher e me pegar no colo. O seu papel era ser duro, difícil e me jogar cara a cara com a vida real de sentimentos puros que não conseguem florescer num jardim tão mal cuidado.

Infelizmente, você nunca cuidou do nosso jardim e ele morreu. Por muito tempo evitamos enterrá-lo junto com tudo aquilo que nos machucou, mas esse dia enfim chegou. E foi bom. Mais do que bom. Foi libertador. Abriu caminho para que um jardim saudável florescesse e pudéssemos cultivar coisas novas que realmente pudessem crescer.

Sei que nascemos daquelas plantinhas debilitadas, que quase não sobrevivem. E a verdade é que para durar o relacionamento precisa começar vivo e cheio de energia. Para durar, a plantinha precisa estar disposta a crescer e, sinceramente, essa era a única coisa que você não estava disposto a fazer por nós.

Então, hoje, quando eu olho para a lua cheia e me pego pensando sobre como não sou mais aquela garotinha ingênua que se iludia sobre nós, agradeço imensamente pela nossa plantinha ter nascido doente. Foram necessárias muitas plantinhas doentes no meu caminho para que eu chegasse aqui mais forte, madura e pronta para cultivar plantinhas saudáveis e cheias de amor pra dar.

Espero que também esteja cultivando o seu jardim (com plantinhas saudáveis)…

Rachel.