Carta para os que ainda amam (2)
A primeira carta está aqui.
Manuela,
Primeiro de tudo, desculpe a demora para responder. Você sabe que não sou muito bom com as palavras. Deve ser por isso que tem tantas cartas suas que nunca respondi. Parece que não consigo achar as palavras certas e quando finalmente decido tudo o que devo falar, fico com medo de magoá-la mais ainda. É por isso que, muitas vezes, prefiro ficar quieto.
Não faz tanto tempo assim que nos vimos pela última vez, mas às vezes parece que já se passaram semanas ou até meses. É estranho não saber como você está… Como você está? Como está o trabalho? Como estão seus projetos? Gostaria de saber como você está de verdade. Não precisa me falar que está “tudo bem” se não estiver. Nós não precisamos disso, você sabe.
Sei muito bem do dia ao qual você se referiu e concordo com você. Apenas sentimos… Acho que porque as coisas que teríamos para falar, nenhum dos dois queria falar nem ouvir. Não foi fácil ir embora aquele dia, não foi fácil (mais uma vez) não voltar atrás.
Meus dias estão quase sempre lotados, tenho trabalhado bastante e isso me ajuda a não pensar se tomamos a decisão errada ao nos separarmos. Mesmo assim, toda vez que penso em você, sinto que perdi alguém muito importante. Sei que você duvida que eu sinta sua falta, mas realmente sinto. E não, também não quero me esquecer, mas… Você sabe… Não precisamos entrar nisso de novo.
Bom, não vou conseguir escrever coisas bonitas como você, mas é tudo sincero. Espero que você confie nas minhas palavras e que esteja bem de verdade. Quero notícias suas, se possível.
Eu também te amo…
Felipe.