[#2] Felicidade é saber escolher, entre tudo o que você viveu, o que te faz bem de verdade
Esses dias, conversando com uma amiga sobre a vida, ela soltou uma bela definição de felicidade sobre a qual eu nunca tinha pensado:
“Felicidade é viver várias experiências e, a partir de tudo o que você experimentou, ser capaz de escolher de forma muito mais consciente o que te faz bem e feliz”.
Perfeito, né?
A reflexão veio a partir da história que estávamos comentando sobre uma garota que, por muitos anos, foi bastante reprimida por uma família rígida e autoritária, que ditava quem ela deveria ser (para ser feliz).
Com isso, ela não viveu boa parte das experiências que qualquer adolescente ou jovem adulto vive normalmente entre os 15 e 25 anos. Algumas dessas experiências vieram bem mais tarde do que o costume e outras nem chegaram a acontecer.
O problema aqui é o fato de que essa pessoa experimentou tão pouco ao longo da vida, que não tem referências de outras realidades além da sua.
Ela se considera feliz? Provavelmente. Mas será que algum dia chegou a pensar que se tivesse vivenciado diferentes contextos e se jogado mais na vida, teria entendido que, na realidade, outros caminhos trazem uma felicidade mais autêntica?
Um bom exemplo para entender esse ponto é se lembrar daquele primeiro namorado que você teve na adolescência. Em muitos casos, em um primeiro relacionamento nos submetemos a diversas situações que, posteriormente, olhamos para trás e pensamos: “Como pude aguentar aquilo?”
Isso acontece porque, ao longo dos anos, você teve a oportunidade de experimentar outros relacionamentos e amadurecer a sua maneira de lidar com o outro e consigo mesma.
Se você só namora uma pessoa a vida toda, deixa de construir outras referências e passa a acreditar que aquilo que você tem é o único caminho para a felicidade. Percebe o perigo?
Nós, como seres humanos, precisamos experimentar, testar, errar, voltar atrás, fazer escolhas diversas, tentar mais uma vez… Esse é o caminho para a felicidade.
Porque só assim, depois de de tantas experiências, você começa a tomar consciência do que é melhor para si.
Não digo que a garota que inspirou este texto seja infeliz, mas tenho as minhas dúvidas se ela não vive numa redoma de felicidade ilusória que construiu para si devido à rigidez com a qual conviveu a vida toda e a impediu de ser e fazer o que ela realmente gostaria quando era uma jovem experimentando o mundo pela primeira vez.
Creio que ela não tenha consciência de que essa falta de experiências a possa ter levado a um caminho limitado que ela mesma construiu para si. Quando finalmente pôde viver algo, agarrou aquilo e acreditou que era a felicidade sem se questionar se havia outros caminhos que fariam mais sentido para si.
Nunca tinha parado para pensar que, só encontramos a felicidade pura, se nos permitimos experimentar. Afinal, como saber o que é bom para nós se temos apenas uma referência do que é trabalho, namorado/marido, amizades e por aí vai?
O mundo é enorme, com tantas possibilidades. Acho triste ver pessoas que não se permitem viver mais, que não se jogam na vida para, assim, encontrarem a sua melhor versão. Mais viva, mais autêntica, mais plena e mais consciente do que é felicidade de verdade.
Observação: sei que não podemos cravar em pedra uma definição de felicidade, afinal é algo muito relativo. Mas, para mim, tudo isso fez muito sentido. Se fez para você também, compartilhe este conteúdo com mais pessoas que podem se identificar 🙂