Quem é dono das suas escolhas: você ou a sociedade?
Quantas vezes você já se pegou refletindo sobre as suas escolhas serem ou não realmente suas?
Veja bem, a sociedade e as opiniões alheias têm um poder muito grande sobre nós. Muitas vezes, nem percebemos tal influência, mas ela está lá. O que eu quero dizer com isso é o seguinte: você é mesmo dono das suas escolhas ou se deixa levar por pressões e padrões externos?
Isso vale para todas as esferas de nossas vidas. Seja em âmbito pessoal ou profissional, é muito fácil se deixar contaminar pelo contexto ao nosso redor.
Você faz escolhas profissionais conscientes?
Esse questionamento me pegou de jeito quando parei para refletir sobre a minha vida profissional há alguns meses. Eu já não sabia mais dizer se as minhas escolhas feitas aos 18 anos eram realmente minhas.
Desde pequena, ouço a minha família falar sobre o que é esperado de um jovem profissional: entrar na faculdade, estagiar, se formar, trabalhar em boas empresas, ser promovido, ganhar dinheiro para ter estabilidade.
Não pareciam existir outros caminhos. Aquilo era o que todo mundo planejava fazer, portanto, segui o rebanho.
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Hoje, mais velha e madura, percebo que escolher cursar publicidade em tal faculdade, estagiar por um determinado tempo e depois sair em busca de um emprego CLT nunca foram escolhas minhas. Eu só ia com o bonde, sem pensar muito.
Acontece que lá pelos meus 25 anos tudo mudou. Comecei a tomar consciência da razão das minhas frustrações e percebi que o caminho trilhado até então não fazia sentido para mim. Foi nesse momento que não sabia mais responder o quanto todas aquelas escolhas tinham sido conscientes ou apenas o reflexo de uma sociedade padronizada.
A sua vida é resultado das suas escolhas
A vida que eu levava não fazia sentido para quem eu era. Talvez, lá com 18 anos, isso nem fosse uma preocupação. Eu realmente queria entrar na faculdade e fazer tudo o que fiz na sequência. Naquela época, as coisas faziam sentido como eram, até porque é difícil ser tão maduro e consciente quando somos jovens.
Agora, no entanto, não dá mais para continuar tapando o sol com a peneira. Além do âmbito profissional, essa reflexão impacta outras esferas da minha vida. De vez em quando, me pego pensando sobre as nossas escolhas amorosas e a forma que eu vivemos, por exemplo.
Em relação ao amor, é muito óbvio. Desde sempre foi dito que o relacionamento monogâmico é o correto e que quando estamos com alguém, é preciso ser fiel. Alguém determinou que o amor romântico nos completa e que se relacionar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo é traição.
Quantas vezes vemos as pessoas se questionando se isso faz sentido para elas, mas sem a coragem de tomarem decisões que vão contra a maré? Afinal, não é fácil assumir o peso de uma escolha tão distinta de tudo o que a sociedade prega.
Já sobre outros tipos de tradições, tem gente que diz que o correto é sair da casa dos pais só depois do casamento. Às vezes, esse pensamento é tão forte e enraizado, que deixamos de trilhar um rumo diferente por medo do que vão pensar ou dos conflitos que isso pode gerar.
Fazemos parte de um teatro de marionetes?
Pare e pense. É difícil passar por cima de crenças tão consolidadas. Algumas pessoas conseguem bater no peito e ir em frente, mas outras não fazem isso tão facilmente. E é nessas horas que você já não sabe mais dizer se a vida que está vivendo é resultado do que você quer ou de tudo o que te cerca.
Sim, pode ser meio desesperador chegar a uma conclusão como essa. Você fica angustiado, duvidando da sua capacidade de enfrentar os padrões e não consegue mais ter certeza sobre o seu poder de escolha.
Seria eu apenas mais um marionete da sociedade?
Passei por isso e continuo refletindo todos os dias. Alguns fantasmas posso dizer que já enfrentei, mas outros continuam me perseguindo. Quase todos os dias há algo que me faz repensar os caminhos que eu sigo e as decisões que eu tomo.
Eu tenho certeza de que várias as minhas escolhas não são 100% minhas e sei que isso afeta diretamente a vida que tenho hoje e que posso vir a ter daqui a alguns anos. O processo não é fácil nem simples e a gente não pode se cobrar tanto. Como primeiro passo, criar tal consciência já foi muito e me encorajou a mudar muitas coisas nos últimos tempos.
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A minha vida profissional sofreu uma reviravolta esse ano, o que já é uma etapa vencida. Nesse âmbito, tenho certeza de que estou mais próxima da minha essência. Quanto ao resto, todos os dias uma nova dúvida, reflexão e o esforço para chegar mais perto de quem eu sou e do que busco para mim mesma.
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