Poucas pessoas farão a diferença. Seja uma delas!

autoconhecimento
Bruna Cosenza
25 de fevereiro de 2018

Há alguns anos, quando comecei a escrever com mais dedicação, percebi algo em mim que não sabia ainda muito bem o que era. Percebi que eu sentia uma vontade inexplicável de fazer a diferença na vida das pessoas e tinha encontrado na escrita uma forma de executar isso com maior alcance. Até então, acreditava que o meu propósito era escrever.

No entanto, não faz muito tempo que passei a enxergar o meu propósito de uma maneira diferente. Aos poucos, me dei conta de que escrever era apenas uma das ferramentas que existiam para que eu executasse o meu verdadeiro propósito. Descobri que o meu propósito é preencher vidas. Escrever tinha sido até então a maneira encontrada para preencher essas vidas, mas a cada dia que passo descubro que essa não é a única maneira.

Recentemente realizei um grande sonho: trabalhar numa ONG que tem um viés social voltado para a educação e formação de grandes líderes. Descobri que o trabalho remunerado do dia a dia também podia estar alinhado ao meu propósito de preencher vidas e não necessariamente só a escrita era capaz de fazer isso.

Trabalhar numa ONG faz os meus olhos brilharem todos os dias apesar das dificuldades encontradas no terceiro setor. É uma experiência que me faz refletir todos os dias sobre como algumas pessoas não se satisfazem com “qualquer” tipo de trabalho. Por muito tempo senti que faltava algo no meu dia a dia, algo que eu não conseguia suprir de maneira nenhuma. Aos poucos fui descobrindo que o meu trabalho não estava alinhado com o meu propósito, que é preencher vidas. Eu precisava de algo que estivesse em total sintonia com o que eu sentia ser a minha missão nesse planeta.

Agora que finalmente sinto que alcancei esse alinhamento, fico refletindo sobre como algumas pessoas, como eu, sentem essa necessidade de fazer a diferença no mundo de alguma forma. Pessoas que não conseguem viver tão bem se o seu propósito não está sendo executado diariamente. Trabalhar numa grande corporação que simplesmente não faz nenhum sentido para mim é um desgaste sem igual. Eu preciso da certeza de que as minhas 8h de trabalho por dia estão alinhadas ao meu propósito e, com certeza, estão preenchendo vidas de alguma forma.

Sei que nem todos são assim e possuem um propósito voltado para o outro. Sei que nem todos querem enfrentar as dores do dia a dia de se trabalhar numa ONG ou o sofrimento que é ser um artista no mundo contemporâneo. O que eu sei é que, por mais que sejamos poucos, nós seremos boa parte dos responsáveis por fazerem a diferença e afetar positivamente a vida de muitas pessoas. E saber que sou uma dessas pessoas me preenche tanto que, a cada dia, acordo mais revigorada para continuar preenchendo vidas ao redor do mundo, cada dia de uma forma diferente, mas sempre com o mesmo propósito