O medo do desconhecido é a raiz de muito preconceito

autoconhecimento
Bruna Cosenza
14 de janeiro de 2018

O desconhecido gera muito desconforto, não é mesmo? Estar num ambiente estranho, com pessoas que não sabemos direito quem são faz com que, na maioria das vezes, a gente se sinta acanhado e mais retraído. Faz parte! Pare para se lembrar dos primeiros dias na escola nova, na faculdade, no emprego, e por aí vai. Sempre acabamos ficando ansiosos além da conta por estarmos com tantas pessoas desconhecidas, num ambiente completamente novo.

Porém, essa reflexão não vale apenas para os “primeiros dias” em novos lugares. Vale também para quando nos acomodamos em determinadas situações e não fazemos nada para mudar por medo do desconhecido e também quando simplesmente julgamos o outro por ele ser completamente diferente daquilo que já faz parte da nossa rotina.

Afinal, qual a raiz de muitos preconceitos que ainda existem? Já parou para pensar que é o desconhecido? A sociedade cria determinadas regras e padrões que são introduzidos em nossa mente desde que nascemos: homem só pode ficar com mulher e vice versa; depois dos 30 anos mulher já precisa estar casada e com filhos; estabilidade financeira é sinônimo de felicidade e sucesso, e por aí vai.

Após tantos anos sendo bombardeados por esses padrões, tudo que foge disso pode soar meio estranho, ou melhor, desconhecido. Homem beijando homem? Mulher de 40 anos solteira e sem filhos? Emprego que não é fixo? Para muitos, isso já é (ainda bem!) completamente normal, mas para outros homossexualidade ainda é doença, mulher com 40 anos, solteira e bem resolvida ainda é sinônimo de infelicidade e empregos alternativos não são capazes de proporcionar estabilidade financeira.

Provavelmente quem ainda tem esse tipo de pensamento ultrapassado tem medo do desconhecido. Há muitos anos, várias questões como essas eram tabu e consideradas um absurdo para uma grande maioria. Hoje, uma boa parte das pessoas já consegue enxergar o que era desconhecido como algo completamente enriquecedor e normal. No entanto, muita gente ainda olha com medo, desconfiança e muito preconceito. Triste, não é mesmo? Afinal, cada um vive a sua vida como quer, se relaciona com quem desejar e constrói a sua história da maneira que lhe for mais conveniente.

Enquanto as pessoas ainda tiverem medo do desconhecido, continuarão julgando, discriminando e olhando torto para aquilo que não segue os padrões que alguém decidiu inventar. Mas quer saber? Os padrões das nossas vidas somos nós quem criamos. Cada um cria o seu e, se for preciso, a gente mistura tudo também. Afinal, para não ter medo do desconhecido é preciso enfrentá-lo. Sem receio de que ele vá lhe destruir, mas com a certeza de que ele só vai lhe enriquecer.