A necessidade de se desconectar do mundo para se conectar consigo mesmo

autoconhecimentocronicas
Bruna Cosenza
3 de fevereiro de 2022

Sempre gostei de ficar sozinha.

Para mim, ter momentos de solitude não é a exceção, é a regra. O excesso de estímulos, conversas e informações são cansativos depois de um certo tempo. Por mais que eu ame estar rodeada de amigos e familiares, tem horas que o meu coração e a minha mente pedem sossego, sabe?

Acredite se quiser, a minha própria companhia é uma das que me faz mais feliz hoje em dia. Aliás, gostar de estar sozinha foi algo que me motivou a virar freelancer. Detestava a obrigação de precisar estampar um sorriso no rosto (muitas vezes falso) porque nunca podia parecer cansada ou triste. Era a lei da felicidade máxima, caso contrário, você já era vista como desmotivada. Trabalhar sozinha é um grande prazer para mim.

Mas vai além desses momentos profissionais. O meu dia a dia como um todo precisa de alguns rituais de solitude para que eu me sinta bem, entre os mais comuns: ler, escrever no meu journal, tomar chá e assistir séries. São coisas que escolho fazer sozinha.

Recentemente, passei alguns dias na casa do meu namorado. Acabei ficando mais do que o planejado e, por isso, não tinha levado tudo o que precisava. O livro que estava lendo terminou, o que me deixou um pouco desesperada porque ler, para mim, é como respirar. Além disso, na casa dele não tenho um espaço só meu e o que acaba fazendo muita falta é um cantinho para escrever e fazer as minhas coisas. No domingo, após mais de uma semana por lá, estava desesperada para ter um momento só meu.

Cheguei em casa e me organizei para fazer tudo o que não tinha conseguido durante a semana. Tudo aquilo que me conecta com a minha essência e, para mim, representa autocuidado: ler, escrever, fazer as unhas e uma máscara facial, bordar… Fiquei a tarde toda focada em mim, no silêncio do meu reino particular.

Isso não quer dizer que não gosto de estar com as pessoas que amo ou que passar uns dias fora de casa é ruim. Quer dizer apenas que valorizo tanto a minha própria companhia que quando ela se ausenta por muito tempo é como se eu estivesse me perdendo de mim mesma. Entende?


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