A minha única regra é não me prender a nenhuma regra

autoconhecimento
Bruna Cosenza
4 de junho de 2016

Pessoas muito regradas me dão certa aflição. Não gosto de quem vive como se a vida tivesse um manual de instruções. É claro que regras são necessárias em alguns aspectos, mas estou me referindo a quem simplesmente aceita tudo de cabeça baixa, gente sem personalidade, sem coragem de tomar as próprias decisões e assumir alguns riscos.

A vida não tem manual. Cada um pode e deve vivê-la da forma que acredita ser a melhor. Só porque todo mundo está se casando aos 25 anos, não significa que você também precise fazer isso. Só porque todo mundo vai trabalhar de terno e gravata, não significa que você precise gostar disso. Só porque todo mundo vai para a balada aos fins de semana, não significa que você deve se sentir na obrigação de ir também.

Regras, convenções e padrões existem. Isso é um fato. E eles existem porque a sociedade precisa deles. De certa forma, parece que o homem ainda não aprendeu a viver sem tudo isso, como se precisasse de algo para guiá-lo. Nascemos, crescemos, casamos, temos uma família, morremos. O roteiro básico é esse. Mas, afinal, quem foi que inventou uma coisa dessas? E por que nos sentimos na obrigação de seguir tudo isso?

Não digo que esse roteiro seja ruim. Acredito que muitas pessoas vivam satisfeitas com ele, mas também acho que tem muita gente por ai com medo de não segui-lo devido aos julgamentos alheios. E se eu quiser ficar solteira pra sempre? E se eu não quiser oficializar meu casamento? E se eu não quiser ter filhos? E se eu quiser passar a vida toda viajando? E se eu quiser casar e me divorciar cinco vezes? E se eu quiser viver de pintar quadros? E se eu quiser qualquer outra coisa que não seja o que esperam de mim?

Acho que a minha geração e as mais novas que estão por vi estão, cada vez mais, quebrando essas tais regras. Isso é incrível. Acredito que o mundo seria um lugar muito melhor se as pessoas pudessem simplesmente inventar as suas próprias regras sem medo de qualquer julgamento. Eu, como muitos por ai, não me encaixo em todos os padrões que inventaram para nós.

Então, desde que tomei consciência disso tenho como minha única regra nunca me prender permanentemente a nenhuma regra. Nem às regras que eu mesma crio para mim mesma. Afinal, hoje eu sou uma coisa, mas amanhã já posso ser algo completamente diferente, então vou criando e jogando fora as minhas regras conforme evoluo e me transformo.