[#5] O amor deve ser fácil, simples assim

caneta-solta
Bruna Cosenza
18 de junho de 2023

Boa parte dos relacionamentos amorosos que vivi antes de me estabelecer com a pessoa com a qual estou hoje foram difíceis.

O que quero dizer com isso?

Simples: eles não fluíam naturalmente.

Na época, a minha falta de referências sobre outros tipos de amores me fazia acreditar que era daquela maneira mesmo que deveria ser: como uma música dramática da Taylor Swift (não é mera coincidência que ela era uma das minhas cantoras favoritas na época rs).

Com o passar dos anos e maturidade acumulada, aprendi que o amor deve ser, acima de tudo, fácil. Fluir naturalmente sem que você precise forçar as coisas, sabe?

Recentemente, terminei de assistir à série espanhola “Valéria”, da qual gostei muito por sinal. Ao longo das três temporadas, acompanhamos dilemas amorosos e profissionais de quatro amigas que vivem em Madrid.

Na primeira temporada, o primeiro ato de coragem de Valéria é chegar à conclusão de que quer o divórcio. Ao longo da trama, ela conhece Victor, um típico “bad boy” garanhão pelo qual as mulheres adoram se apaixonar. Entre tantas idas e vindas, sentimos as dores de Valéria por amar um cara que simplesmente não quer se comprometer da maneira que ela gostaria.

O relacionamento é até satisfatório em alguns momentos, mas, no fundo, Valéria nunca se sente contemplada. Com Victor, é sempre difícil e doloroso.

Não pretendo dar muitos spoilers, mas, na terceira e última temporada, ela conhece Bruno, um escritor que a relembra como o amor deveria ser: fácil.

Afinal, quando duas pessoas se gostam e estão dispostas a fazer acontecer, deveria ser fácil, não é mesmo? Pelo menos é nisso que eu acredito!

O problema é quando os envolvidos não estão na mesma página e não querem as mesmas coisas. Aí a tendência é que as coisas não saiam do lugar, haja muitos desencontros e decepções.

Caramba, me identifiquei demais com a situação da Valéria. Independentemente dela ter escolhido ou não Bruno, o ponto é que ele é a prova de que existem amores fáceis (no sentido bom da palavra).

Muitas vezes, nos acostumamos com aquilo que machuca e pesa em nossas vidas.

Aceitamos viver uma relação que precisa do nosso empenho constante para sair do lugar e ir em direção àquilo que almejamos, quando, na realidade, se os dois desejassem as mesmas coisas, esse movimento seria totalmente natural.

Por muitos anos, assim como a Valéria, me prendi a relacionamentos difíceis, que não evoluíam por mais que eu insistisse e desse tudo de mim. Até então, essa era a única forma de amor que eu conhecia, então a aceitava.

Foi apenas quando conheci a pessoa com a qual estou hoje, que entendi o básico: quando é para ser, é fácil.

Você não precisa ficar preocupada se o outro vai desaparecer e, muito menos, convencê-lo a estar ao seu lado. E esse alinhamento entre dois indivíduos é muito mais raro do que imaginamos.

Duas pessoas querendo as mesmas coisas (pelo menos naquele momento inicial) e com vontade de fazer parte uma da vida da outra? Isso é o amor fácil.

E que lindo é quando o encontramos e temos a oportunidade de agarrá-lo.

Entendo que quando estamos apaixonadas, é mais difícil enxergar tudo isso. Muitas vezes, há a esperança de que o outro mude e as coisas finalmente se encaixem.

E aqui vai outro aprendizado: as pessoas não mudam pelos outros, mudam por si mesmas. Então, não perca o seu tempo esperando o outro magicamente despertar e querer ficar com você da forma que você sabe que merece. Deixar de aceitar migalhas é a maior evolução de amor-próprio que desenvolvemos ao longo da vida.

Por isso, se tem um conselho que dou para as pessoas que estão em busca de um amor, com certeza é esse: não permaneçam onde é difícil. Procurem por um amor fácil, gostoso, fluído, natural.

De pesada já basta a vida, que é uma teia de complexidades, dores e dificuldades. O melhor dos relacionamentos é poder estar ao lado de alguém que ajude a tornar toda essa jornada mais leve e não mais pesada. <3