1 mês sem redes sociais: o que eu aprendi nesse período de detox

autoconhecimento
Bruna Cosenza
4 de janeiro de 2021

No dia 04/12/2020 divulguei a minha primeira carta de despedida às redes sociais (eu deletei os aplicativos do Instagram de LinkedIn, coisa que nunca tinha feito antes). Essa foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado por mim mesma no final de um ano tão caótico como foi 2020.

Fazia anos que não me afastava de verdade das redes e, desde que tinha entrado na lista de LinkedIn Top Voices 2019, a minha produção de conteúdo tinha crescido tanto a tal ponto que não estava mais me fazendo tão bem.

O ponto é que, depois de um mês, estou retornando, mas gostaria de compartilhar alguns aprendizados que vivenciei ao longo de 30 dias sem conexão com as minhas contas de LinkedIn e Instagram. Tenho certeza de que são ensinamentos importantes para todos! Vamos lá?

1. Você é feliz com as redes sociais, mas pode ser bem mais feliz sem elas

Eu me lembro de que os primeiros dias foram esquisitos. Não tinha mais motivos para ficar pegando o celular toda hora, a não ser para checar o e-mail ou o WhatsApp.

A sensação estranha, no entanto, passou mais rápido do que imaginava que passaria. Em menos de uma semana já estava totalmente acostumada a viver sem Instagram e LinkedIn, como se tivesse sido assim a minha vida toda.

Percebi que, por muito tempo, acreditei que precisava das redes sociais para ser feliz e, principalmente, compartilhar a minha felicidade com os outros. Era como se uma parte de mim estivesse faltando sem isso.

Agora, no entanto, percebo que posso ser muito mais feliz sem as redes. Não preciso publicar tudo para mostrar como a minha vida é incrível e perfeita. Não preciso fuxicar o dia a dia alheio para me sentir completa e satisfeita. Não preciso de nada disso e, na realidade, você também não precisa.

Criamos essa falsa realidade de que as redes sociais nos trazem felicidade (e talvez traga mesmo em alguns momentos), mas o que eu aprendi é que podemos ser ainda mais felizes sem elas. Lembre-se de como era a vida quando você não vivia ansiosa para rolar o feed do Instagram ou compartilhar o que está fazendo nos stories: isso também é felicidade.

2. Libertar-se da necessidade de mostrar a sua vida na internet é necessário para viver o momento presente

Que necessidade horrível criamos nos últimos anos, principalmente por meio de redes como o Facebook e Instagram. Parece que se não postamos, não vivemos de verdade. Parece que se não postamos, não existimos.

Já vinha refletindo sobre isso, mas viver essa desconexão por 1 mês me fez valorizar ainda mais a importância de estar no momento presente. E, para isso, não podemos estar com a cabeça no post do Instagram.

Quantas vezes você ficou mais preocupado em postar o drink que estava bebendo no bar do que em curtir o momento com os seus amigos? Fazemos isso muito mais do que nos damos conta e, assim, vamos nos desconectando do que realmente importa.

Temos uma necessidade constante de mostrar a nossa vida (a parte bonita, é claro) nas redes para nos sentirmos parte de algo e reforçarmos como a nossa vida é bacana. Será que é tão bacana assim ou você faz um recorte “falso” da sua própria vida para mostrar aos outros uma realidade inventada?

Acho muito legal as redes sociais proporcionarem trocas de experiências e reflexões, mas utilizar esses canais apenas para valorizar a “uma imagem perfeito” é muito desgastante e acaba contribuindo para uma vida vazia. Se for para usar as redes, que seja para contribuir de maneiras mais profundas e significativas, não é mesmo?

Preocupar-se excessivamente em compartilhar tudo o que você faz o tempo todo não é saudável e se você ainda não se deu conta disso precisa rever a sua relação com as redes sociais.

3. O que as pessoas estão fazendo no dia a dia não é tão importante assim

Estamos fissurados em acompanhar a vida de nossos amigos, familiares e celebridades nas redes sociais, mas será que isso faz bem?

Uma das coisas que mais vinha me incomodando era a comparação excessiva causada pelo LinkedIn e Instagram. Pessoas bonitas, ricas, viajando, curtindo — isso mexe com a gente muito mais do que podemos imaginar.

A comparação excessiva vem dessa mania que temos de querer acompanhar a vida do outro o tempo todo. Mas, na realidade, o dia a dia das pessoas não têm nada de tão incrível assim. Fiquei 1 mês sem saber o que meus amigos e familiares estavam fazendo em suas rotinas e não senti falta. Quando precisava falar com alguém, simplesmente mandava uma mensagem ou ligava para conversávamos. A troca era muito mais real!

Nesse tempo ausente, os pensamentos ruins que andavam me perseguindo sobre eu não ser boa o suficiente e coisas desse tipo diminuíram bastante. Já sabia que as redes estavam me prejudicando dessa forma, mas foi nesse mês distante que tive a comprovação que precisava.

4. Não é preciso fazer uma mudança radical e sim utilizar as redes sociais com mais equilíbrio

Você deve estar pensando: “Nossa, se está falando tão mal das redes sociais, por que voltou?”.

Serei bem sincera! Se pudesse, ficaria ausente por mais um tempo, mas o meu trabalho é aqui. E mesmo com todos os pontos negativos das redes sociais, ainda assim eu gosto de compartilhar os meus textos e reflexões e ver como as minhas palavras impactam a vida das pessoas.

A internet pode ter muitos defeitos, mas ela também é maravilhosa ao nos permitir uma aproximação de milhares de pessoas ao mesmo tempo. Eu não estaria onde estou hoje se não fosse por todo esse potencial.

Por isso, a mensagem final que desejo transmitir depois de 1 mês longe das redes sociais não é “delete as suas contas e suma do meio digital”. Longe disso! Como já comentei, acho que as redes são uma forma muito interessante de se conectar com as pessoas e compartilhar experiências.

A mensagem que eu quero deixar é para você fazer isso com mais equilíbrio e consciência. Isso significa:

  • não passar horas e horas do seu dia fuxicando a vida alheia — no fundo, você não está perdendo nada de tão importante assim;
  • não postar absolutamente tudo o que você faz e acabar perdendo o momento presente;
  • não usar o que as pessoas publicam nas redes sociais como parâmetro de sucesso e se lembrar de que esse é apenas um “recorte” de suas vidas;
  • não permitir que as redes sociais tenham um papel tão relevante na sua vida — elas devem ser apenas um complemento e não a sua vida inteira;
  • não utilizar as redes sociais apenas para fortalecer a sua “imagem física” e sim para compartilhar experiências, sonhos, reflexões e outras coisas que vão além da nossa imagem/corpo;
  • não postar conteúdos todos os dias que nem louco só para deixar o algoritmo feliz — adotar o slow content será um dos meus objetivos em 2021, pois o ritmo frenético pode acabar com a nossa saúde mental.

Comece aos poucos e sinta as mudanças

Cada um é cada um! O que funcionou para mim pode não ser tão bom para você, mas a mensagem que quero deixar aqui é muito simples: reflita sobre o papel das redes sociais na sua vida.

Não se permita mergulhar tão fundo nesse universo até chegar em um ponto em que você se perde da sua essência e da sua vida como um todo. Use o LinkedIn, Instagram, Facebook ou qualquer outra rede a seu favor.

Saiba quando parar, dizer não e se afastar. Não tenha medo de se ausentar e “perder as novidades dos outros”, pois as melhores novidades estão na SUA vida. Pode começar aos pouquinhos, fazendo as mudanças lentamente… Mas faça!

É importante para viver melhor e mais feliz.


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