Por que crescemos e paramos de questionar o mundo?
Quem me acompanha no Instagram, seja pelo @bruna_cosenza ou pelo @blogparapreencher, deve ter percebido que recentemente terminei a leitura do livro “O mundo de Sofia”. Sempre tive muita curiosidade em relação a esta obra e finalmente me rendi à leitura no Kindle. Aliás, foi o primeiro livro que li digitalmente e confesso que me adaptei super bem.
O livro despertou muitas sensações, pois em alguns momentos estava empolgada e em outros só queria que acabasse logo. O início da história é bem misterioso porque Sofia, uma adolescente que está prestes a fazer 15 anos, começa a receber cartas de um suposto filósofo que lhe ensina sobre filosofia.
O leitor fica curioso para saber quem está enviando as cartas e o que vai acontecer em seguida, no entanto, boa parte do livro é focada na história da filosofia que Sofia está aprendendo e isso se torna cansativo em alguns momentos. Por mais que a linguagem seja simples e objetiva (ou seja, realmente dá para aprender sobre filosofia sem firulas), eu senti um pouco de falta da história por trás. Os mistérios da vida de Sofia ficam bastante em segundo plano em boa parte do livro.
Pensei bastante sobre tudo o que aprendi quando terminei de ler e resolvi escrever este texto porque mesmo não tendo amado a obra, ela me lembrou de coisas bem importantes que gostaria de compartilhar com quem me acompanha. Então vamos falar sobre a pergunta que está no título deste texto!
O ser humano e a sua capacidade de questionar
Logo no começo do livro, durante as primeiras aulas de filosofia, Sofia aprende algo muito valioso. Ela se depara com uma reflexão sobre o poder de questionamento e admiração do ser humano sobre a existência e como, infelizmente, no decorrer da vida isso pode acabar se perdendo. O pensar filosófico é o que faz com que as pessoas questionem e reflitam sobre a vida.
Por que existimos? Como surgiu a Terra? Qual é o nosso papel no mundo?
Você provavelmente já se pegou pensativo em relação a estas e tantas outras perguntas, não é mesmo? Questões filosóficas existem aos montes, mas nem todo mundo pensa profundamente sobre a existência. Assumir uma postura questionadora e filosófica em relação à vida é um hábito que, aos poucos, pode se perder.
“E é exatamente aí que entram os filósofos. Um filósofo jamais se acostuma com o mundo. Para ele, ou para ela, o mundo continua a ser surpreendente — sim, um lugar repleto de enigmas e mistérios.” – “O mundo de Sofia“
É isso o que acontece! Enquanto os filósofos continuam se surpreendendo, refletindo e se questionando sobre o mundo, a maior parte da pessoas não faz este exercício no dia a dia.
Por que o ser humano deixa de questionar o mundo?
Vamos nos acostumando com o mundo e somos absorvidos pela rotina, o que faz com que deixemos questões existenciais filosóficas de lado. Pense em uma criança de 4 anos de idade que está descobrindo tudo ao seu redor, há muitas novidades e ela não tem uma rotina regrada como um adulto. Para ela, a vida é um eterno questionamento cheio de surpresas!
Os adultos, no entanto, acabam se deixando sugar pela vida. Muitos se tornam apáticos ou indiferentes aos questionamentos e reflexões sobre o mundo, ignorando a profundidade de suas existências. Basicamente podemos dizer que entram no looping do dia a dia e se esquecem de admirar o mundo e todos os seus mistérios.
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Faça um exercício e se pergunte qual foi a última vez que você se questionou sobre o mundo e a sua existência? Com certeza muitos nem se lembrarão, pois estão totalmente no piloto automático.
A boa notícia é que você não precisa ser um filósofo para filosofar. Precisa apenas parar de se acomodar e sair da sua zona de apatia. O maior ensinamento que “O mundo de Sofia” me deixou e que acredito que seja a essência do livro é exatamente isso: não pare nunca de questionar.
O mundo é enorme, cheio de mistérios e a sua existência muito preciosa. Pense sobre isso. Não permita que a vida simplesmente passe pelos seus olhos sem que você reflita nem por um segundo sobre as razões de tudo isso que existe ao nosso redor. Lembre-se das crianças e de como elas não são acomodadas com o mundo e se obrigue a assumir esta postura também!
Como filosofar sem ser um filósofo
Por fim, quero deixar algumas dicas aqui para ajudar quem está completamente absorvido por um dia a dia automatizado e vive indiferente em relação aos grandes mistérios e questionamentos que nos cercam. Como comentei anteriormente, não é preciso ser um filósofo para filosofar.
Nós podemos simplesmente assumir esta postura questionadora na nossa vida sem precisar ter uma formação em filosofia. Para mudar e realmente não deixar mais os dias apenas correrem, confira algumas dicas que podem te ajudar a se tornar alguém mais questionador.
Leia sobre filosofia
Você pode começar com “O mundo de Sofia”, que é ótimo para leigos no assunto. Se preferir, busque por outros tipos de conteúdos escritos, em áudio ou até cursos, mas não deixe de compreender um pouquinho sobre a história da filosofia.
Além de muito interessante, com certeza vai abrir seus olhos para muita coisa e te ajudará a entender como já existiram diversos pensadores incríveis que deixaram um enorme legado para nós.
Faça um “caderno de questionamentos”
Pense sobre as coisas que você gostaria de saber mais a respeito, por exemplo, a origem do universo ou as razões da sua existência. Para não perder nenhum destes questionamentos vá anotando em um caderno ou no bloco de notas do celular.
Em seguida, pesquise a respeito destes temas. Analise opiniões de filósofos e outros especialistas. Informar-se a respeito é muito valioso e te faz revisitar padrões de comportamento e pensamentos que te perseguem há anos e você nem se dava conta.
Discuta sobre esses assuntos com seus amigos e familiares
Depois de ler um pouco mais sobre a filosofia, anotar os seus questionamentos e estudar, vale levantar algumas destas pautas nas rodas de conversa. É uma maneira de discutir e ouvir outras opiniões sobre um mesmo assunto. A essência da filosofia é o questionamento, pois só assim será possível chegar ao conhecimento.
Crie uma nova maneira de enxergar o mundo
Por fim, crie o hábito de analisar o mundo de uma nova maneira. Saia do comodismo e do piloto automático e realmente se permita questionar sobre o que acontece no seu dia a dia e com as pessoas a sua volta. Mas não se limite apenas ao seu círculo social e a sua própria vida: crie um olhar mais crítico e questionador também em relação ao que acontece no mundo todo.
Pode parecer um pouco intangível simplesmente falar para você criar uma nova maneira de enxergar o mundo, mas na realidade é uma questão de hábito. Hoje tudo passa batido por você de tal forma que nada é questionado. A partir de agora vá além e se aprofunde nas reflexões.
Sabe de uma coisa? No fundo acho que existe um filósofo adormecido dentro de todos nós. O que acontece é que alguns nunca permitirão que ele desperte. Para finalizar, quero terminar este texto com uma frase do livro “O mundo de Sofia” para você levar para o resto da sua vida e sempre se lembrar da importância de tudo o que abordei aqui:
“A única coisa de que necessitamos para ser filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas.”
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