A memória olfativa e seu poder de despertar belas lembranças

cronicas
Bruna Cosenza
12 de julho de 2018

A memória olfativa é simplesmente encantadora. Fico boba de ver como alguns cheiros característicos são capazes de remeter a tantos momentos bons e lembranças que guardamos com carinho. Eu tenho a memória muito forte de alguns cheiros, mas um em especial me inspirou a escrever este texto – muito provavelmente porque ocorreu recentemente.

Se trata de um perfume de uma cantora e atriz que comprei quando era menor, em uma viagem que fiz com a minha família. Estava muito empolgada para adquirir o perfume porque não vendia no Brasil e implorei aos meus pais que eles me dessem de presente. Eu me lembro direitinho da felicidade em adquiri-lo e como admirei a caixa e todos os seus detalhes. Ontem, por coincidência, encontrei um restinho do perfume no meu armário – nem me lembrava mais dele. Cheirei e vi que ainda estava bom como anos atrás e hoje mesmo resolvi usá-lo.

Por incrível que pareça, o perfume durou até a hora em que tomei banho à noite e, ao longo do dia, pude sentir o seu aroma. Tal cheiro me despertou uma nostalgia maravilhosa. A mesma que sinto quando cheiro um perfume que minha irmã usou durante a nossa viagem em Paris e que me marcou completamente – é como se eu voltasse no tempo e estivesse na capital francesa mais uma vez. Nesses momentos em que a memória olfativa entra em ação eu quase sinto que consigo reviver lembranças e, de uma forma quase que inexplicável, sinto uma sensação de paz.

Essa mágica que acontece por meio da memória olfativa é uma das coisas mais belas que o corpo humano proporciona. Assim como aconteceu hoje e muitas outras vezes, a sensação foi muito diferente se comparada com momentos em que apenas puxo em minha memória os momentos do passado, pois de alguma forma eu parecia estar muito mais próxima deles. Como se o cheiro fosse uma ponte de conexão que me fizesse chegar quase lá, mesmo que meu corpo ainda esteja aqui.