A vida exige e, por mais que seja doído, a gente cresce
Quando eu era menor, tudo o que eu mais queria era crescer. Queria a minha independência de qualquer jeito. Aquela coisa que podemos chamar de síndrome do pré-adolescente, sabem? É o momento em que não somos mais crianças, mas também não somos adultos. Ficamos meio perdidos no meio do caminho, apenas sonhando com os tempos de glória que virão depois dos 18 anos.
Chegamos aos 18 anos e, tirando que podemos beber legalmente e dirigir, nada realmente muda. De fato, já temos uma independência maior para sair e aproveitar mais coisas da vida, mas poucos já trabalham e, na maioria dos casos, somos dependentes dos nossos pais.
Depois dos primeiros anos de faculdade tudo começa a mudar um pouco. Já estamos mais maduros e começamos a ingressar no mercado de trabalho. Ainda ganhamos pouco, mas já temos aquele gostinho de quem conquista o seu próprio dinheiro. De qualquer forma, ainda somos dependentes de nossos pais. Finalmente saímos da faculdade e agora somos CLT no trabalho. Chega dessa vida de estagiário. Além disso, muitas pessoas já começam a engatar um relacionamento mais sério e experimentar fins de semana mais românticos.
Os meses vão passando, vamos crescendo e, de vez em quando, bate aquele medo danado. Nem sei explicar direito o que é esse medo, mas provavelmente está vinculado a todas as mudanças da vida nos últimos tempos. Não somos mais crianças e realmente estamos conquistando nossa independência, mas como não sentir um frio na barriga? Como não ficar inseguro e se questionando se estamos fazendo a coisa certa ou se vai dar tudo errado?
Cada vez mais a vida nos cobra e nos pegamos pensando sobre como é dolorido crescer. Por que ninguém nos avisou que seria difícil? Quando somos novinhos pintamos uma realidade ilusória na vida adulta. A verdade é que nem tudo são flores – na verdade, muitas coisas não são flores. Temos que lidar com pepinos do dia a dia; aprender a controlar o nosso dinheiro; lembrar de colocar gasolina no carro; cumprir tudo o que o chefe mandou; não surtar pensando no futuro; arranjar tempo para o namorado, amigos e família… Sério mesmo?
Acho que tenho razão quando digo que essas mudanças dão um medo danado. Mas o que aprendi recentemente é que o melhor que podemos fazer é respirar fundo e continuar caminhando. Se deixássemos de mudar e crescer por causa do medo, nunca descobriríamos todas as possibilidades que temos. E essa é a maior beleza da vida: descobrir um mundo novo toda vez que temos a coragem de mudar.