Eu me lembro que quando era pequena o Natal era dez vezes mais incrível do que é hoje. Como para qualquer criança, tinha aquela magia do Papai Noel, a cartinha, o panetone que a minha mãe deixava na lareira para fingir que o Papai Noel tinha passado em casa e comido, a montagem divertida da árvore de Natal, e tantas outras coisas.

Se pararmos para pensar, o Papai Noel nada mais é do que uma grande invenção que nos insere numa narrativa mágica e simplesmente impossível, como os filmes que assistimos – Harry Potter, por exemplo. Um velhinho que faz milhões de brinquedos e os entrega pelo mundo inteiro em uma noite? O quão mágico e surreal é isso? Depois que crescemos nunca mais somos inseridos em histórias tão mágicas como essa simplesmente porque sabemos que não são possíveis nem reais.

Assim, saímos desse mundo mágico do Papai Noel, crescemos e na correria do dia a dia trabalhamos quase que até a véspera da ceia natalina, sem nem nos deixarmos envolver pelo espírito da época mais mágica do ano. Não sei dizer se é porque cresci e, infelizmente, aquele mundo encantado do Papai Noel desmoronou ou se a culpa de fato é nossa, pois ficamos mais preocupados com a data comercial que se instalou em volta do Natal.

Mesmo assim, lá no fundo, sei que o Natal tem uma magia só dele. Infelizmente essa magia não é mais o mundo encantado do Papai Noel e essa data nunca mais será tão encantada como era quando eu tinha os meus 6 anos de idade. Mas tudo bem, porque com certeza continuará sendo uma data de amor e união e acredito que essa seja a grande magia que ficará para sempre.