Pessoas que mudam a vida como conhecemos
Um dia desses estava assistindo pela milésima vez o filme “PS: Eu te amo”. Sinceramente, acho que nunca vi um filme que retrate tão bem o luto que passamos com a perda de alguém. Holly, a protagonista, se vê obrigada a enfrentar a morte de seu marido de 35 anos e passa por meses e meses de sofrimento.
É claro que uma perda ocasionada pela morte é realmente muito difícil, mas quando perdemos alguém devido ao término de um relacionamento, essa dor também pode ser muito grande. De uma forma ou de outra, uma pessoa que amamos se foi. É claro que o sofrimento é diferente em intensidade e magnitude, mas não deixa de ser sempre relacionado à perda.
Pensando nisso tudo, o filme acabou chamando a minha atenção para dois pontos que acho válido compartilhar aqui. O primeiro se resume a estar sempre atento às pessoas que sinalizam o fim da vida como você conhece. Mas o que isso quer dizer? Quando Holly e Gerry se conhecem na Irlanda, ele fala sobre como está sempre atento às mulheres que possam significar o fim da vida como ele conhece. Holly era exatamente isso para ele. Desde o primeiro instante ele já sabia que ela mudaria para sempre a vida como ele conhecia.
Quantas pessoas têm esse poder? Quantas pessoas mexem tanto com a gente, que são capazes de nos mudar completamente a partir do instante que entram em nossas vidas? Não acredito que sejam muitas, mas aquelas que têm esse poder mudam tudo para sempre. Foi exatamente o que Holly e Gerry causaram um no outro.
O outro ponto, tão importante quanto esse é não ter medo de se apaixonar de novo. Por um lado, Holly não quer se desprender de Gerry. Não importa o quanto saiba que isso é necessário, ela tem medo de deixá-lo para trás. E isso se aplica a muitas situações. Terminamos um relacionamento e temos medo de seguir em frente. Às vezes, nos prendemos ao outro pelo simples medo de perdemos aquele sentimento que um dia foi tão bom. Em outros casos, como de Holly, há também um sentimento de culpa envolvido. O medo de deixar para trás alguém que foi arrancado de sua vida.
A questão é que independente de qual seja o seu caso, uma hora ou outra será preciso superar o medo de seguir em frente. Assim como Holly fez, é preciso viver o luto, chorar, se questionar, ficar trancado em casa por alguns dias… Cada um tem um tempo, mas chegará um momento em que será preciso juntar os caquinhos e continuar caminhando. A verdade é que nenhuma dor continua latejando tão forte por tanto tempo. O começo é sempre pior, mas a tendência é amenizar, até que conseguimos guardar todas aquelas mágoas num cantinho do nosso coração.
E, assim, seguimos… Porque a vida sempre segue. Outras pessoas surgirão, mas quem já cruzou o nosso caminho jamais será esquecido. Apenas não será mais o centro das atenções. Coisas mais importantes surgem, novos desafios aparecem e, enfim, novos amores te surpreendem. Como Gerry diria, o mais importante é estar sempre atento ao sinal de que você está cruzando com uma pessoa que irá mudar a vida como você conhece e, então, não ter medo de se apaixonar de novo.