Sonhar é bom, mas não é tudo
Somos feitos de sonhos. Ideias, projetos, planos. E isso é bom. Até o momento que estes sonhos se tornam maiores que a realidade.
É gostoso pensar no futuro e lembrar do passado. O problema é que muitas vezes nos esquecemos do agora e usamos nossa mente como válvula de escape para suportar o presente. Comum estarmos infelizes dia ou outro – afinal, quem se diz feliz o tempo todo é um baita de um mentiroso – contudo, quando estamos sofrendo e não suportamos mais o agora, tendemos a imaginar e idealizar.
Isso é uma maneira de sobreviver, conseguir acordar e suportar o dia. Pensando na viagem que um dia você fará, no carro que vai comprar, na festa que vai acontecer. Estes pensamentos são necessários, ou não teríamos motivo para viver. Mas o dia a dia é importante, aliás, subjugamos o presente, achamos eles banal, mas não é.
É no cotidiano, na labuta rotineira que desenvolvemos nossa personalidade, criamos nossa essência, descobrimos o que queremos ser. Não é naquele pequeno intervalo idealizado – a festa, a viagem, a compra – que expressamos quem somos. Mas sim naquela quinta-feira banal em que você perdeu o ônibus e o chefe gritou com você.
Quando não gostamos desse dia a dia, o sonho pode tornar-se maior do que realmente é. Podemos nos acomodar nele, e isso não é saudável. Não digo para jogar tudo ao alto e viver no campo. Mas para criar pequenos prazeres no cotidiano, ao acordar, almoçar, encontrar amigos. Não se apegue a vontades e planos que talvez não preencham um vazio… lute para encontrar alegria no dia a dia. E se as coisas não andam do jeito que você quer, não desista. Acredite que um dia – longínquo ou breve – tudo se ajeita, só nunca pare de tentar.